segunda-feira, 11 de outubro de 2010

'A Jaqueline tinha de ser superlativa'


Enquanto se transformava na Jaqueline de Ti-Ti-Ti, Cláudia Raia concedeu a seguinte entrevista ao Estado:

A Jaqueline é surtada, mas tem até uma sabedoria peculiar. Como foi a recriação da personagem?


Sábia, dependendo do seu ponto de vista. Ela bebe, já foi presa, é péssima mãe, uma loucura. O Jorge (Fernando, diretor) me disse "Cláudia, queria que você fosse a primona do Brasil". Acho que a gente conseguiu fazer essa primona. Ela é uma Porcina pop.

Apesar da lente de aumento da comédia, ela é uma figura bem contemporânea.


Totalmente. Ela é tão autorreferente, tão imersa nas próprias questões, que não tem espaço para a filha. Já vi muita mãe assim, e fico arrasada, porque sou o oposto, mãezona. Mas ela é muito fofa, tem um jeito adorável, e isso é imbatível. Na verdade, ela é superromântica, quer um amor, alguém que se case com ela.

Logo no início das gravações, a Malu Mader comentou comigo que "a Cláudia está com uma personagem que é a cara dela". O que faz a Jaqueline ser a sua cara?


Acho que é pelo estilo de atriz que eu sou, pelo despudor e pela comediante que me tornei depois do TV Pirata, depois de ter sido o Tonhão. E também por eu ser muito grandona e exuberante. Não poderia ser uma atriz baixinha, magrinha. Tinha de ser uma atriz superlativa. Concordo com a Malu, acho que está bem escalado.

Você assistiu à Ti-Ti-Ti de 85?


Sim, me lembro daquele batom Boca Loka e do Luiz Gustavo fazendo o Victor Valentim, inesquecível. É um prazer trabalhar com ele de novo. Nessa novela, tenho um pouco a função de receber as participações das outras novelas do Cassiano (Gabus Mendes). Contracenei com a Kiki Blanche (personagem de Eva Todor em Locomotivas), Mário Fofoca (Luiz Gustavo/Elas por Elas)... É uma grande homenagem ao Cassiano.Ti-Ti-Ti é moderna, mas tem um quê de vintage, um charme.

Em 1985, você era a Ninon de Roque Santeiro. Como estava sua vida?


Era minha primeira novela, tinha feito Viva o Gordo. No começo, não tinha nem fala, era figuração. Depois, comecei a ter o meu espaço, teve aquela história com o Lobisomem. Tive, simplesmente, a sorte de participar do maior sucesso da história da TV Globo. Me lembro muito nitidamente desse momento, foi um ano muito importante. Estava aqui dentro, mas meio desnorteada, porque queria ser bailarina e, de repente, virei atriz.

Viu de novo na novela? O DVD acaba de sair...


Me mandaram. Muito legal, né, me ver com o nariz antigo - é, teve esse momento da mudança no nariz - com aquele cabelão 80, calças coloridas... O tema era "mistérios da meia-noite/que voam longe..."

Você acaba de passar por uma separação (do ator Edson Celulari) e ficou na mira das fofocas. Ainda fica aflita quando vê coisas sobre a vida pessoal?


Ah, sempre dá aflição, principalmente porque quase tudo é mentira. Mas não sou escrava do que dizem ao meu respeito, ainda mais neste momento, em que cada hora me arranjam um namorado. Até o final da novela, já me botaram namorando o elenco inteiro! É chato... Mas até que nos trataram com respeito durante a separação. Nos pouparam e a gente soube conduzir. Acho que as pessoas entenderam que não é toda separação que precisa ter barraco, confusão, sangue.

Fiquei pensando que é muito doido você se separar e ter de soltar um comunicado oficial sobre isso.

A gente pensou que o comunicado nos traria o benefício da não-especulação. É mais doido ainda você ficar explicando como é que está tão bem. Mas eu é que não vou ficar contando o que acontece quando eu chego em casa. O luto é meu. Toda transformação dói, mas a vida tem de andar.


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Seu primeiro trabalho profissional foi aos 10 anos de idade, como manequim do costureiro Clodovil Hernandes. Aos 11 anos fez um tratamento para controlar o excesso de crescimento; aos 13 anos de idade já estava com 1,70 metro de altura, e isto a fazia se considerar "desengonçada"

No início de carreira de bailarina dançou profissionalmente nos Estados Unidos e na Argentina. Aos 13 anos, ganhou uma bolsa para estudar balé em Nova York e ficou lá por 4 anos. Estreou aos 17 anos na televisão brasileira como a personagem Carola, contracenando com o ator Jô Soares no quadro "Vamos Malhar" do programa Viva o Gordo, na Rede Globo.

Aos 15 anos de idade participou da versão brasileira do musical A Chorus Line, fazendo o papel de Sheila, uma personagem dezoito anos mais velha. Em 1984 posou pela primeira vez para a edição brasileira da revista masculina Playboy, ainda com o nome de Maria Cláudia. Posou novamente em 1985 e 1986, já como Cláudia Raia.

Em 1987, fez a feirante Tancinha da novela Sassaricando e depois em 1988, surpreendeu como a presidiária Tonhão, no quadro "As Presidiárias", no programa TV Pirata. O enorme sucesso das personagens lhe garantiu o reconhecimento como atriz.

Em 1984 começou a namorar o humorista Jô Soares. O romance durou dois anos. Casou com o ator e modelo Alexandre Frota em dezembro de 1986 e com ele permaneceu até 1989. Foi casada durante 17 anos com o também ator Edson Celulari, por quem se apaixonou durante as gravações da telenovela Deus nos Acuda, na qual faziam par romântico em 1992. Os dois anunciaram a separação no dia 26 de julho de 2010, de forma amigável.

No inicio do ano de 1997, com 4 anos de casamento, Edson e Cláudia, tiveram o filho Enzo. Cláudia foi convidada para fazer a vampira Mina da novela O Beijo do Vampiro, quando estava grávida pela 2ª vez da filha Sophia.[8] O autor usou a gravidez da atriz e a inseriu na história de sua personagem. Mina daria à luz no capítulo 109, no ar em 30 de dezembro de 2002, uma segunda-feira. Cláudia, então, deixou a trama e teve Sophia no início de 2003. Depois retornou à novela só nos últimos capítulos para finalizar o desfecho da personagem Mina.

Claudia atuou como Donatela Fontini da novela A Favorita, uma mulher que é acusada de um crime que a sua ex-melhor amiga Flora (Patrícia Pillar) cometeu. Foi sua primeira protagonista no horário nobre.[9] Seu sofrimento era tão grande na história que causou comoção nacional.

Em 2010, a atriz participou da novela "Ti Ti Ti" como a madame Jaqueline.

Atualmente interpreta Lívia Marini na novela Salve Jorge como a uma das vilãs da trama, Lívia é uma mulher sofisticada, estilosa e inteligente, acima de qualquer suspeita. O que fica na sombra é a atividade de agenciadora para tráfico de pessoas.